Esse é o Deus do evangelho da graça. Um Deus que, por amor a nós,mandou o único filho que jamais teve embalado em nossa própria pele.Ele aprendeu a andar,tropeçou e caiu,chorou pedindo leite,transpirou sangue na noite,foi fustigado com um açoite e alvo de cusparadas,foi preso a cruz e morreu sussurrando perdão sobre todos nós.
Quando sou honesto, admito que sou um amontoado de
paradoxos.Creio e duvido,tenho esperança e sinto-me desencorajado,amo e
odeio,sinto-me mal quando me sinto bem,sinto-me culpado por não me sentir
culpado.Sou confiante e desconfiado.Honesto e ainda assim insincero.
Quando consigo me desprender das pessoas e permito
que o Senhor me liberte de uma dependência insalubre em relação a elas, mais eu
consigo lhes dedicar minha existência, escutar com mais atenção, amar com mais
altruísmo, falar com maior compaixão, brincar de maneira mais esportiva, me
levar menos a sério e ter a plena consciência de que o meu rosto brilha
sorridente sempre que me acho num jogo que aprecio completamente.
Jesus vem não para o superespiritual, mas para o
vacilante e o enfraquecido que sabe que não tem nada a oferecer, e que não é
orgulhoso demais para aceitar a esmola da graça admirável. Ao olharmos para
cima ficamos surpreendidos por encontrar os olhos de Jesus abertos em assombro,
profundos em compreensão e gentis em compaixão.
Um número grande demais de cristãos vive na casa
do temor e não na casa do amor.
Nosso afã de impressionar a Deus, nossa luta pelos
méritos de estrelas douradas, nossa afobação por tentar consertar a nós mesmos
ao mesmo tempo em que escondemos nossa mesquinharia e chafurdamos na culpa são
repugnantes para Deus e uma negação aberta do evangelho da graça.
Dobrando-se aos poderes deste mundo, a mente
deformou o evangelho da graça em cativeiro religioso e distorceu a imagem de
Deus a forma de um guarda-livros eterno e cabeça-dura.

De volta à vida civil, Manning tentou estudar jornalismo na Universidade do Missouri, mas seus questionamentos pessoais e a palavra de um conselheiro o levaram a um seminário católico. Em fevereiro de 1956, ao meditar sobre o caminho de Jesus até a cruz, sentiu-se comovido pelo Evangelho e chamado por Deus. “Naquele momento”, relata, “a vida cristã passou a ter um novo significado para mim: uma relação íntima e profunda com Jesus.” Quatro anos mais tarde, graduou-se em Filosofia e, posteriormente, em Teologia, pelo Seminário St. Francis.
Um dos aspectos mais interessantes sobre a trajetória ministerial de Brennan Manning é o trânsito entre a academia e as favelas, a universidade e as vilas, povoados e cortiços. Pensador brilhante, especialista em Escrituras e Liturgia, foi entre as populações carentes dos Estados Unidos e da Europa que encontrou o caminho para colocar em prática o tipo de cristianismo com o qual se comprometera desde o início de sua vocação: o da compaixão e serviço abnegado. Viveu em clausura e contemplação; carregou água para populações rurais e foi ajudante de pedreiro na Espanha; lavou pratos na França; deu apoio espiritual a presidiários suíços.
Com a fé reafirmada, Brennan Manning retornou aos Estados Unidos, fixando-se inicialmente no Alabama, onde tentou organizar uma comunidade nos mesmos moldes da Igreja primitiva. Voltou ao campus no fim dos anos 1970 e, depois de enfrentar uma crise pessoal, começou a escrever e ministrar palestras, atividades que manteve até o fim da vida, sempre com o objetivo de comunicar o amor incondicional de Deus em Jesus. “Aprendi de um sábio franciscano que, para quem conhece o amor de Cristo, nada mais no mundo é tão belo e desejável.”
Ele faleceu aos 78 anos no dia 12 de
abril de 2013.
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