Eu busquei, lutei e nadei com todas as minhas forças, de
todos os estilos, até que resolvi boiar, parar com todo aquele esforço e deixar
que a maré me levasse para onde eu deveria estar. Deitada de barriga para cima
com o sol refletindo forte no rosto, fiquei com a minha visão comprometida e fechei
os olhos, já não conseguia mais gritar por socorro, o que também não
tinha grande valia já que estava no meio do oceano.

Então aquela voz tão doce e tão encorajadora continuou: “Estou
te conduzindo para terra firme, em breve você estará segura, descanse minha
filha porque eu te guiarei”. Fiquei feliz porque em breve estaria a salvo e o
pesadelo teria fim, me virei e voltei a nadar a fim de acelerar o processo e chegar
mais rápido ao meu porto seguro, bati os braços incessantemente e logo o
cansaço voltou com a dor e a angústia de estar em meio à imensidão do mar, um
olhar mais atento me fez notar que uma tempestade estava sobre mim...
Engoli muita água, e todo o esforço para adiantar o processo
foi em vão, pois eu não saia do lugar, estava nadando em círculos e quanto mais
eu me debatia mais distante a promessa da terra firme parecia. Percebi então
que minhas forças não me levariam a lugar nenhum, exausta me rendi e o mar me
submergiu, pouco a pouco a pressão da água sobre a minha cabeça me impulsionava
para o fundo e voltar a superfície se tornava algo inimaginável, impossível
para uma pessoa tão cansada, me entreguei!
Enquanto rumava para fundo do mar me lembrei da promessa
daquela voz que era suave e ao mesmo tempo firme, então com o resquício de
força que existia em mim gritei em baixo da água, clamei pelo socorro de Deus,
quando tudo parecia impossível, quando nada mais poderia ser feito por mim, eu
clamei!
Daqui para frente é preciso fé para compreender o que
aconteceu...

Existem momentos em que devemos agir e bater os braços, mas
existem momentos em que a única coisa que devemos fazer é esperar e confiar,
boiar e esperar até que Deus nos coloque em um lugar seguro. Quando cheguei à
terra firme me levantei e caminhei em busca de ajuda, porque cheguei onde Deus
queria que eu estivesse e era ali que a minha parte começava.
Em terra não fiquei sozinha, meu instrutor permaneceu
comigo, orientando e me fazendo confiar que tudo daria certo, mas ali me
instruiu a caminhar.
Caminhe se for para caminhar e boie se for para boiar,
escutar a voz de Deus e deixar que ele seja o seu guia é fundamental para se
manter a salvo. Mesmo em meio a tempestade se formos obedientes a calma irá nos
invadir!
Boa semana para todos!
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